Ao analisar o excelente LogTech Report 2020 produzido pela Distrito, refletimos sobre alguns pontos que compartilharemos agora com vocês.
- A relevância da logística junto aos investidores qualificados e não qualificados mostra que há uma aposta clara que essas soluções irão endereçar grandes problemas futuros. Isso pode explicar o motivo de tantas soluções surgirem ao mesmo tempo.
- A consequência desse crescimento exponencial das logtechs nos últimos anos é o baixo nível de soluções efetivamente disrruptivas. Entramos num patamar de ‘melhoria contínua’ das soluções existentes, o que nos leva ao terceiro abaixo.
- Vemos uma dificuldade de diferenciação clara entre as soluções e o valor que cada uma agrega frente aos concorrentes. Como identificar a melhor solução para seu negócio ou desafio numa categoria, por exemplo Marketplace de frete, com 31 soluções mapeadas?
“E a SCAMBO com isso?” você pode estar se perguntando.
Nós temos suportado empresas para superar o desafio de diferenciação nesse mercado de logtehcs de duas formas: mentorias para as startups e mapeamento de mercado para os potenciais clientes delas.
Na mentoria temos um processo estruturado de transferência de conhecimento e experiência, normalmente para o fundador da startup, que valida a coerência estratégica do plano de expansão e garante excelência na execução.
No mapeamento de mercado, elaboramos uma abordagem que gera um consenso interno das necessidades da empresa, capta do mercado as melhores soluções disponíveis e recomenda qual caminho seguir, inclusive desenvolvimento in house.
A partir dessa nossa experiência, vemos as seguintes tendências se formando:
- Consolidação de mercado – essa miríade de soluções com baixa diferenciação levará a um processo de consolidação de mercado através de, por um lado, ainda mais aquisições por parte das logtechs maduras e dos grandes varejos, e por outro lado, de um aumento de ‘mortalidade’ das logtechs jovens.
- Valorização de soluções que unam o soft com o hard – ainda pouco exploradas, na nossa visão, são as soluções que unem ‘software’ e ‘hardware’, tecnologia e mão-na-massa na rua. Podem ser mais lentas para escalar, mas entregam um valor mais difícil de ser replicado.
- Soluções colaborativas para centros urbanos de distribuição – a fronteira a ser explorada são as malhas urbanas de distribuição que, ao nosso ver, só serão realidade a partir de ações efetivamente colaborativas entre os diversos players.
Esse cenário nos leva a crer que os próximos semestres serão intensamente movimentados, principalmente no Brasil, pois temos muitas oportunidades por um lado e muita disponibilidade de investimentos e apetite por risco do outro. Apertem os cintos!