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Review Logística do Futuro 2021

Review Logística do Futuro 2021

Diversidade, inovação, responsividade, sustentabilidade, colaboração, análise holística e muita tecnologia!

Impossível resumir a 2ª edição do evento “Logística do Futuro” em poucas palavras, mas o título acima permite termos uma boa ideia dos temas presentes nas mais de 20h de conteúdo em 2 dias de evento com mais de 40 palestrantes convidados.

Organizado 100% online, com transmissão ao vivo a partir de estúdio em São Paulo, o “Logística do Futuro” se consolida como um dos principais eventos do segmento no país, trazendo para o debate temas quentes e urgentes da logística nacional, com amplos espaços de interação entre participantes e casos inovadores que estão transformando as cadeias de abastecimento.

Diversidade

O movimento de grandes empresas em busca de uma maior diversidade em seus times já é notório. Esta diversidade tem por objetivo a real criação de valor pelas empresas para seus atores (ou stakeholders), incluindo colaboradores, clientes, parceiros, acionistas e a sociedade como um todo. Times são montados misturando formação, idade, gênero, experiências… deixando claro a necessidade da diversidade na estruturação de soluções e serviços inovadores num mundo em constante mudança. Na sessão “O profissional da Logística do Futuro”, em um dinâmico debate entre operações (Luiz Vergueiro, diretor de operações, Mercado Livre), universidade (Cris Biazzin, professor, Northen Kentuchy University) e recrutamento (Carolina, gerente, Robert Half), ficou claro que estamos começando a construir times e empresas verdadeiramente diversos e terão a preferência dos melhores talentos as empresas que se movimentarem antes.

Diversidade também apareceu na amplitude de modelos operacionais de abastecimento, especialmente dentro das cidades, que acumula desafios de garantir alto nível de serviço, confiabilidade na entrega, custos competitivos e ampla visibilidade da operação. Debate muito rico aconteceu na apresentação de casos da Kibon/Unilever e Lojas Bemol em Manaus pela Omnitracs. A importância do conhecimento local/regional e o entendimento da roteirização como ferramenta de geração de valor ao cliente, e não apenas como otimizador de rotas, foram pontos altos do debate.

Finalmente, trazendo o conceito de “Every mile”, a LOGGI debateu os desafios e, claro, as oportunidades na criação de uma malha de abastecimento nacional ágil, confiável, inclusiva, transparente. Mais do que coletas e entregas (first e last mile), as soluções logísticas devem ampliar seu escopo de serviço e abrangência para acesso de mais e mais pessoas e regiões ao mercado nacional, seja comprando (e-consumers), seja vendendo (sellers).

Inovação

Trazendo um caso real da Pepsico com Grupo Trino de aplicação de drone em armazéns, apresentado pela Reply, está claro que não ficamos nem um pouco atrás da logística de países como EUA e Alemanha. Uso do drone não apenas aumenta eficiência, mas aumenta segurança e diminui exposição ao risco de operadores.

E não é só de uso de drone de vive a inovação em Supply Chain. O papel da tecnologia foi ponto focal de debate multi-disciplinar entre as áreas de operações (Alexandre, diretor operações, Dafiti Group), Customer Experience (Dani Godoy, diretor CX, MadeiraMadeira), jurídico (Caio, head legal, Buser) e investimentos (Bruno, head portfolio, Pátria investimentos). Tecnologia é meio e não fim, capacidade de criar soluções escaláveis e que resolvam grandes problemas reais e uso da tecnologia para alavancar – e não excluir – mão-de-obra foram alguns dos pontos trazidos ao longo da sessão.

Uma aplicação direta na rotina de gestão do transporte com o caso da Belgo foi trazida pela FRETO, que coloca a tecnologia como meio para simplificar logística sem perda em qualidade, controle, segurança e eficiência. Ponto interessante do debate foi entender como uma empresa mais tradicional encontrou seu caminho para inovar, quebrando barreiras e paradigmas e conquistando apoio de colaboradores e prestadores de serviço.

Responsividade

Que o mundo mudou, está mudando e vai continuar mudando não é mais novidade para ninguém. Interessante é entender o papel das cadeias de abastecimento neste cenário, que passa a ser protagonista na construção de soluções de abastecimento e atendimento, na entrega de valor aos clientes internos e externos, na adequação rápida das estruturas conforme demanda dos mercados. Na sessão de abertura do evento, três experientes executivos de três gigantes do mercado trouxeram uma visão clara da importância da área de Operações para o sucesso – agora e no futuro – dos negócios. Simone Franco (VP Supply Chain, Alpargatas), Anderson Pinheiro (Diretor de Operações, Pepsico) e Nestor Felpi (Innovation Supply Chain Diretor, Natura &Co) ressaltaram a importância do engajamento dos times nas mudanças, do uso de diferentes metodologias na busca por soluções para desafios complexo (como design thinking) e da necessidade de analisar projetos e iniciativas de forma mais ampla, indo além do ROI (retorno sobre investimento), incluindo questões de sustentabilidade, serviço, atendimento ao cliente. Aliás, ponto comum no debate: foco no cliente é essencial para cadeias responsivas!

Mais uma vez, vemos a tecnologia trazendo capacidade de adaptação para logística em caso da Saint Gobain apresentado pela VUXX. Uso de dados para tomada de decisão deixa de ser discurso e vira prática operacional na definição de melhores preços de frete, na captação dos melhores prestadores de serviço de transporte, na oferta do melhor serviço para cada tipo de cliente. Tabelas de frete e modelos de abastecimento são alterados de forma dinâmica e assertiva.

E não só na tomada de decisão a tecnologia e análise de dados estão sendo usados. Caso da Pepsico e LOTS Group apresentado pela Trimble mostra como aumentar eficiência e segurança no transporte com uso de soluções tecnológicas avançadas. Ao longo do debate, destaque para entendimento da jornada da digitalização, algo que é preciso começar já nas empresas, mas que é um processo contínuo de aprendizagem, melhoria e captura de resultados. Garantir uso pleno do que há disponível do mercado exigente disciplina, planejamento e comprometimento dos times de operações e da liderança. Claro que todo processo é recompensado com resultados significativos em redução de acidentes e emissões, custos e erros.

Sustentabilidade

Assim como uso de dados saiu do discurso e foi para prática, ao longo do evento percebemos que isso também já acontece também com sustentabilidade. E o planeta agradece! O tema apareceu em novos modelos de abastecimento urbano, na redução de emissões através de aumento de eficiência operacional e na inclusão social e econômica das pessoas através de soluções inovadoras de entrega. Desenvolvendo um novo modelo de entrega urbana, caso da Dafiti apresentado pela Kangu mostra como redes PUDOs (pick-up & drop-off ou entrega e despacho) podem melhorar a experiência de entrega para o cliente online da moda, garantir otimização de custos de entrega, reduzir insucessos e ainda minimizar impactos ambientais com redução da quantidade de veículos utilizados. A inovação do modelo apresentado consegue ser um verdadeiro ganha-ganha-ganha: cliente, embarcador e sociedade.

A partir do conceito ampliado de sustentabilidade, que envolve também questões de segurança e governança, o trade compliance foi discutido pela Descartes, com participação de executiva especialista da Volkswagen Caminhões e Ônibus. Sistema de gestão permite não apenas identificar, quantificar e mitigar riscos de compliance em operações logísticas internacionais, como auxilia na construção de processos mais seguros. Destaque para os números astronômicos envolvidos nos riscos fiscais, regulatórios e trabalhistas, entre outros, com casos globais de multas e penalidades que mostram a urgência de tratar deste tema.

Colaboração

Trabalhar em times multi-disciplinares com atuação global foi a pauta inicial do debate com 3 executivos brasileiros que atuam no exterior: da Suiça, Cecilia (Supply Planning Lead, Estée Lauder); da Holanda, Rodrigo (Network Design, Kraft Heinz); e do México, Adriano (VP Logistics, AbInBev). Colaboração surge na importância em construir times que somem expertises, na necessidade da combinação de experiências locais e globais para garantir redes de abastecimento eficientes e aderentes às necessidades dos diferentes mercados e na intensa troca de conhecimento com colegas dentro e fora da empresa, reforçando a importância do networking no desenvolvimento profissional.

Também foi possível perceber o potencial de ganho quando há efetiva e genuína colaboração entre cliente e fornecedor, como o caso da G2L, operador nascido a partir da logística da Gerdau, apresentado pela TOTVS. Identificar e priorizar necessidades, aprender com erros e desvios e celebrar conquistas e resultados são ações que mostram como parcerias bem estruturadas podem gerar valor real a todos os envolvidos.

E nem sempre a necessidade do cliente é a que mais o mercado demanda, exigindo do fornecedor profundo entendimento das dores para garantir implementação de soluções que façam de fato diferença, indo além da simples venda. O caso da Neodent, apresentado pela Point Sistemas, com uso de soluções de tracking e otimização de entrega, mostra que produtos customizados, sensíveis, de alto valor agregado e para clientes exigentes demandam mais do que eficiência operacional. É preciso garantir ampla confiabilidade e visibilidade aos processos, relacionamento próximo para correções rápidas de desvios e time preparado, de ambos os lados, para garantir resultados e satisfação plena no atendimento.

Análise holística

Ter visão do todo, identificar as diferentes alavancas de resultado, garantir uma análise multi-variável dos problemas para buscar a melhor solução. Pensar de forma holística é sempre ir além do básico e trivial, algo que foi debatido em diferentes sessões ao longo do evento, dadas as exigências de melhor serviço, de menores impactos ambientais, de maior rentabilidade e segurança das operações e da satisfação plena de diferentes tipos de demanda de diferentes tipos de clientes. A complexidade cresceu muito para gestão logística, mas com ela também cresceram as oportunidades.

A Descartes trouxe um conteúdo denso sobre pesquisa operacional, ciência que busca, através de algoritmos de otimização, encontrar a solução ótima para problemas complexas. Com exemplos claros e diretos, mostras de aplicações práticas e uma boa carga histórica desta disciplina, ficou clara a importância de garantir maior aporte técnico-científico se o objetivo é realmente buscar o ótimo nas operações.

Com ampla presença em diferentes mercados e com diferentes soluções, além do amplamente estabelecido ERP, a SAP ressaltou a importância da construção de redes amplamente conectadas para extrair o melhor dos processos, com controle e visibilidade e resultados sempre melhores.

Finalmente, caso da Prometeon Tyre Group apresentado pela Runtec permitiu olhar para as operações internas e para o ciclo de pedido de forma ampla e irrestrita, trazendo ganhos de otimização, redução de erros e desperdícios e melhor atendimento ao cliente.

Mediação das sessões

Uma inovação na estrutura da 2ª edição do “Logística do Futuro” foi convidar executivos e especialistas do mercado para atuarem como mediadores das sessões do evento. A ideia desta iniciativa foi trazer para o evento mais ideias para a composição da agenda, mais diversidade na condução dos debates e maior aporte de conhecimento e experiência para as discussões. Só nos resta agradecer – e muito! – ao excelente time de mediadores, que garantiu sessões dinâmicas, densas de conteúdo e, ao mesmo tempo, leves.

Obrigado, Aline (VTEX), Achiles (Moby), Vinicius (Insper), Pedro (ABRALOG), Fernando (IPTC/SETCESP), Maggie (Grupo BIG), Mariana (Saint Gobain) e Flavio (GetNet)!!

A Logística do Futuro já está em execução no país, com diversidade, inovação, responsividade, sustentabilidade, colaboração e análise holística. Faça parte desta transformação!

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