Notícias

Projeto – Manual de Ciclologística

Projeto – Manual de Ciclologística

Manual de Ciclologística para estruturação de hub urbano sustentável para last-mile na cidade de São Paulo

O projeto

Ao longo de 2020, desenvolvemos um projeto com foco na identificação de soluções sustentáveis para o transporte urbano de carga na cidade de São Paulo. A contratação pelo Banco Mundial visava não apenas listar iniciativas sustentáveis para a maior cidade do país, como também buscar avaliação quali e quantitativa das diferentes possibilidades. Deste projeto, foi estruturada uma lista de 13 iniciativas, dentre as quais uma operação piloto de hub urbano sustentável para last-mile.

No final de 2021, iniciamos projeto para detalhar esta operação piloto, estruturando um “Manual de Ciclologística” para a cidade de São Paulo. Mais uma vez, projeto multi-stakeholder, com a liderança da SCAMBO, apoio técnico-científico de Vinicius Picanço e Fernando Picasso (professores e pesquisadores do INSPER), elaboração do relatório com a Luana Bonome e ampliação da análise para aspectos sócio-econômicos e de empreendedorismo com Instituto AroMeiaZero. Time diverso, muito experiente em suas áreas e ávidos por pensar uma cidade efetivamente para todos, usando a logística urbana como driver de mudança.

O objetivo do Manual é detalhar a operação de um hub urbano de carga, compartilhado, multi-cliente e com modos sustentáveis nas entregas last-mile. Neste detalhamento estão inclusos cronograma de atividades, identificação dos atores necessários com respectivos papéis e responsabilidades, dados a capturar e indicadores a analisar considerando eficiência operacional e impactos sociais, ambientais e de segurança, entre outros.

Os desafios

Trabalhar em projetos multistakeholders exige coordenação clara e transparente das atividades, contínuo alinhamento dos papéis e objetivos e senioridade para somar – e não anular – forças, experiências e conhecimentos.

Além do time diverso de projeto, atuamos diretamente com técnicos e gestores da Prefeitura, que sempre trazem uma visão mais ampla da cidade, muita além da logística urbana, buscando tornar São Paulo uma cidade cada vez melhor para se viver.

Havia também o desafio de debater questões de curto prazo (p. ex.: operação piloto) junto com questões de médio/longo prazo (p. ex.: aspectos regulatórios), exigindo gerenciamento de expectativas e convergência de prioridades.

Finalmente, a falta de dados quantitativos de operações de hubs urbanos traz uma dificuldade adicional na definição de parâmetros, métricas e metas para a operação piloto sugerida, aspecto crítico para construção de aprendizado e identificação de fatores chave de sucesso para possível expansão do piloto para rede de hubs na cidade – este é o passo que está sendo dado agora por Berlin após muitos aprendizados com o projeto KoMoDo.

Os aprendizados

A logística urbana está totalmente inserida nos centros urbanos. Estes, por sua vez, são espaço disputados por diferentes atividades e uso, como lazer, prestação de serviços públicos e movimentação de pessoas, entre outros. Assim, se a busca é tornar o transporte urbano de carga mais eficiente e sustentável, é mandatória a inclusão do poder público nas discussões, análises, projetos e iniciativas.

A busca pela eficiência operacional faz parte do DNA dos profissionais da logística, mas quando as operações acontecem dentro das cidades, isso é insuficiente. É preciso pensar em segurança viária, impactos ambientais como emissões e ruído, possibilidades de geração de impacto social positivo como geração de empregos e melhorar empregabilidade, além da conexão com a vida ao redor da operação instalada – associações, ativistas, empreendedores, moradores etc.

Operações logística urbanas compartilhadas exigem extrema clareza na definição de papéis dos participantes, regras claras de gestão da rotina e discussões profundas e transparentes sobre rateio de despesas, investimentos, savings e tarefas. É complexo e desafiador, mas trazem ganhos reais e perenes, como: melhor nível de serviço a custos mais competitivos, menor ociosidade de recursos, menores impactos negativos (emissões, ruídos, acidentes), mais oportunidades de otimização de rotas de atendimento, possibilidade de uso em escala de modos sustentáveis (bicicletas comuns e cargueiras, veículos e motos elétricas etc).

Vale a pena!

Dentro do projeto, surgiu a ideia de um Dia C, um dia para ver, discutir e testar a ciclologística, além de conectar atores deste rico ecossistema, aumentando as chances de mais projetos, mais iniciativas, mais sustentabilidade na logística urbana.

E­­ste dia aconteceu! A Fundação Tite Setubal disponibilizou o excelente Galpão ZL, no Jardim Lapena, para realização do Dia C, que contou com fabricantes de bikes e cargo bikes, operadores logísticos, coletivos de entrega e representantes do setor público, de universidade e de associações da região, entre outros.

Ciclologística é um mundo de oportunidades para geração de emprego, capacitação, empregabilidade, empreendedorismo, desenvolvimento do comércio local. O Dia C foi uma forma de tangibilizar estas oportunidades.

Gostaríamos de agradecer ao time do Banco Mundial por mais este trabalho conjunto!

 

Para mais informações sobre projetos e iniciativas SCAMBO, acesse nossas redes sociais: LinkedIn e Instagram!

Compartilhe: