Da teoria à prática: Implementando logística colaborativa multi-embarcadores

Uma das principais características da SCAMBO, e talvez a mais importante, é a colaboração com a rede de relacionamentos seja na entrega dos projetos, na realização dos eventos, na condução de treinamentos, na busca por novas soluções, na indicação de profissionais etc. O que estava faltando era implementar uma solução logística totalmente colaborativa entre embarcadores diferentes. Não está mais.
A ideia que gerou esse projeto começou a ser concebida há vários meses em conjunto com a INPO, uma empresa com a qual temos muita afinidade e decidimos colaborar para gerar oportunidades em conjunto. Naquele momento, tínhamos duas grandes alavancas: a com longa experiência prática em operações logísticas complexas e implementação de projetos de transformação da SCAMBO e o profundo conhecimento técnico científico e aplicação prática em otimização de malha logística e solução de software própria da INPO. Mas faltava uma outra alavanca: conhecimento profundo de operações e gestão de transporte.
Nesse momento, por conta de um outro projeto nos aproximamos da Voticare e ficou claro para nós que ali estava a alavanca que faltava. Após algumas conversas convidamos a Voticare para integrar o projeto e iniciamos essa jornada.
Desde o início sabíamos que era um grande desafio implementar as operações colaborativas multi-embarcadores pois seria necessário sincronizar:
- As empresas com suas complexidades em termos de confidencialidade, processo de contratação de fornecedores, estrutura organizacional e de negócios;
- As áreas de compras, produção, planejamento e operações com suas diversas rotinas, know-how e prioridades;
- Os fornecedores de serviços de transporte com suas estratégias comerciais e de rentabilização das rotas em operação.
Após esses meses já realizamos as seguintes etapas do projeto:
- Conectar as empresas interessadas
- Formalizar acordo de confidencialidade
- Identificar as oportunidades dos circuitos colaborativos
- Selecionar os circuitos e detalhar os cronogramas de viagem
- Negociar as novas tarifas com as transportadoras
Agora estamos na etapa de testar e implementar os circuitos para em seguida capturar os aprendizados e partir para uma fase de expansão.
Implementar operações colaborativas como estas envolve antes de tudo uma abordagem que garanta: 1) confidencialidade de informação e compliance, e 2) isenção e transparência. Sem esse alicerce, o projeto não avança por falta de confiança entre as partes.
Uma vez estabelecida essa confiança, podemos avançar para o detalhamento técnico das oportunidades, alinhamento de entendimento das novas operações e identificação dos potenciais impactos nas rotinas de cada área. Esse é um ponto crítico pois pequenos detalhes não endereçados como, por exemplo, o tempo de lavagem de uma carreta baú antes de um carregamento, podem reduzir significativamente a produtividade do circuito estático.
Estamos entrando na fase final do projeto mas já podemos tirar duas conclusões: 1) sim, é possível criar modelos de trabalho que viabilizem a colaboração multi-embarcadores e 2) a colaboração multi-embarcadores é uma alavanca formidável para redução de custos, garantia de disponibilidade e redução de emissões no transporte de cargas.